Para entender o que é dislexia

Dislexia

Ontem, dia 10 de outubro, foi o Dia Mundial da Dislexia.  A dislexia é uma das perturbações da aprendizagem. Esta perturbação caracterizada pela dificuldade de leitura, apesar da inteligência da pessoa ser normal.

O indivíduo disléxico tem as suas habilidades de aprendizagem afetadas em diferentes vertentes. A dislexia é talvez a causa mais frequente de baixo rendimento e insucesso escolar. Na grande maioria dos casos não é identificada, nem corretamente tratada [1].

A Associação Portuguesa de Dislexia estima que 5% da população portuguesa sofra especificamente desta perturbação da aprendizagem. Além disto, segundo a mesma entidade, 48% das crianças com necessidades educativas especiais são afetadas por este distúrbio.

A conceituação tradicional da dislexia oferece uma classificação [2] – há tipos e subtipos de dislexia que culminam em diferentes manifestações e consequências para os indivíduos com esta perturbação:


[1] TELES, Paula. Dislexia: como identificar? Como intervir?. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, 2004, 20.6: 713-30.

[2] DE OLIVIER, Lou (2006). Distúrbios de aprendizagem e de comportamento: como detectar, entender e tratar os problemas de aprendizagem. Rio de Janeiro: WAK

Dislexia diseidética: dificuldade na perceção visual, na perceção gestáltica (perceção do todo como maior que a soma das partes), na análise e síntese de fonemas (ler sílaba por sílaba sem conseguir a síntese das palavras, misturando e fragmentando as palavras, fazendo troca por fonemas similares, com maior dificuldade para a leitura do que para a escrita);

Dislexia visual: deficiência na perceção visual e na coordenação visomotora (dificuldade no processamento cognitivo das imagens);

Dislexia auditiva: deficiência na perceção auditiva, na memória auditiva e fonética (dificuldade no processamento cognitivo do som das sílabas);

Dislexia disfonética: Dificuldades de perceção auditiva na análise e síntese de fonemas, dificuldades temporais, e nas perceções da sucessão e da duração (troca de fonemas e grafemas por outros similares, dificuldades no reconhecimento e na leitura de palavras que não têm significado, alterações na ordem das letras e sílabas, omissões e acréscimos, maior dificuldade na escrita do que na leitura, substituição de palavras por sinônimos);

Dislexia mista: que seria a combinação de mais de um tipo de dislexia.

Dada a tipificação da dislexia como distúrbio da aprendizagem já há décadas, o seu diagnóstico é apenas aceitável quando concedido por profissionais devidamente autorizados e certificados para tal, nas áreas da psicologia ou psiquiatria. Afora o diagnóstico em si, o que é cabível e operável ao nível dos pais, familiares ou professores e tutores é a observação de alguns dos sinais que podem levar a um “alerta”, que justifique a busca por profissionais capazes de diagnosticar tal perturbação.

Sob o aspeto do educador e mesmo dos pais, a observação dos sinais que podem levar um alerta no sentido da dislexia diferenciam-se, a depender do grau de desenvolvimento e maturidade da criança.

PARA SABER MAIS: A Saber Ser está a finalizar um e-book com mais detalhes sobre a dislexia ao nível escolar e psicopedagógico. Em breve poderá aceder ao material na nossa área de conteúdo ou através deste artigo.

Carlos Matos

Carlos Matos é jornalista, designer, PHP full-stack developer e possui livros publicados nas áreas de empreendedorismo, marketing, segurança do trabalho e temas transversais na educação.