Halloween à Portuguesa – o “Olharapo”

saber ser folclore

O Halloween foi nos últimos anos introduzido à cultura portuguesa. Uma data na qual vestimo-nos de monstros e criaturas fantásticas – especialmente as crianças – e nos colocamos a pedir doces ou a fazer travessuras nas ruas quando não nos dão.

Esta celebração, que deixa as lojas dos shoppings e supermercados repletas de costumes e apetrechos de criaturas como vampiros, bruxas, esqueletos e zumbis, reflete muito a forma com que os americanos comemoram a data.

Contudo, à parte dos monstros populares e conhecidos em todo o mundo, a Saber Ser idealizou o Halloween com um toque português – a incluir as lendas, crendices, a tradição oral e as criaturas fantásticas da memória regionalista de Portugal.

Hoje falaremos mais sobre uma criatura peculiar que encontra suas origens na tradição trasmontana: o OLHARAPO.

Nos contos de fada de Portugal, o Olharapo pertence a uma raça de gigantes que tem um grande olho na testa. Segundo Alexandre Parafita, o Olharapo é referenciado, especialmente, em contos e lendas transmontanos, que o apresentam como um gigante antropófago, violento e feroz, com a particularidade de possuir um único olho no centro da testa.

A história do Olharapo foi contada pela escritora portuguesa Ana de Castro Osório, há quase um século. Na história, um viajante vê-se preso na caverna dum Olharapo e, para escapar, espera que este durma e fura-lhe o único olho, cegando-o, para sair do seu covil disfarçado com peles de carneiro por entre o rebanho do gigante.

A história e a tradição do Olharapo estão intimamente relacionadas à história do ciclope Polifemo, que na Odisseia teve seu olho também espetado por Ulisses (ou Odisseu).

Carlos Matos

Carlos Matos é jornalista, designer, PHP full-stack developer e possui livros publicados nas áreas de empreendedorismo, marketing, segurança do trabalho e temas transversais na educação.