Motricidade fina e a sua importância

motricidade viana do castelo

A chamada motricidade fina, ouvida pelos pais ao longo de toda a idade pré-escolar e no ensino primário, possui uma definição simples. Trata-se da capacidade de utilizar com precisão e controlo os pequenos músculos do corpo, de maneira eficaz.

Dito isto, as crianças são mais “cobradas" em relação à sua desenvoltura na coordenação motora aquando da sua alfabetização. Ao demonstrar dificuldades na escrita e na caligrafia, as crianças revelam falhas não necessariamente na sua capacidade – mas sim na maneira com que a motricidade foi trabalhada nos anos mais precoces do seu desenvolvimento.

Na idade pré-escolar, a motricidade (grossa ou fina) está em muito associada às brincadeiras. Nada surpreendentemente, crianças que desenvolvem desde muito cedo o gosto pelo desenho e pela pintura resultam em estudantes com melhor caligrafia na escola primária.

O manuseio de instrumentos e ferramentas – nos anos de infância pincéis, lápis, canetas, gizes, tesouras – propicia melhor coordenação e desenvoltura quando chega a idade de aprender a escrita.

Refazer muitas vezes ajuda?

A prática certamente nos aproxima da “perfeição" (mas cuidado com esta palavra), porém forçar crianças a refazer incontáveis vezes os exercícios e tarefas de caligrafia leva à má-vontade, à repulsa e ao desenvolvimento de uma caligrafia medíocre por conta de gostos, aversão e falta de interesse.

A motricidade fina, mesmo que na idade da escola primária e da alfabetização, não precisa de ser trabalhada apenas com a caligrafia. Há centenas de tarefas quotidianas eficazes para “treinar" a criança, sem levá-la à exaustão e ao aborrecimento.

E, sejamos francos? Muitos de nós nos colocamos a apontar a “caligrafia imperfeita" dos miúdos, ao mesmo tempo em que escrevemos de modo indecifrável e com gatafunhos.

Como ajudar na motricidade fina?

Podemos auxiliar as crianças de diferentes maneiras. A primeira delas, antes mesmo de meter-nos em listas, é deixando-as brincar e descobrir os limites, os movimentos e o controlo do próprio corpo. Contudo há muito mais a fazer:

Deixar a criança amarrar os cordões dos sapatos, ainda que o faça de maneira imperfeita.

Deixar que a criança aprenda a lidar com os talheres nas refeições, sem estar a interferir todo o tempo.

O mesmo com abotoar e desabotoar botões e abrir e fechar os fechos.

Incentivar jogos e brincadeiras que exijam boa mira por parte das crianças - como atirar argolas.

Apertar e dosar a pasta de dentes, apertando o tubo. O mesmo com cremes e similares.

Permitir à criança realizar a abertura e fecho dos vários tipos de embalagem e recipientes, como roscas ou travas.

Carlos Matos

Carlos Matos é jornalista, designer, PHP full-stack developer e possui livros publicados nas áreas de empreendedorismo, marketing, segurança do trabalho e temas transversais na educação.