A importância dos jogos na educação

Os jogos são uma forma de entretenimento cuja história remonta os primeiros traços da civilização no mundo. O jogo, enquanto instrumento cultural, nos ajuda a desenvolver competências que vão desde a motricidade até ao mais requintado pensamento estratégico.

Ele também nos ensina, em muitos casos, valores morais e sociais aos quais devemos nos pautar. Todo jogo historicamente surgiu de necessidades, ainda que subtilmente, relacionadas ao campo da aprendizagem.

Registos documentais persas mostram que o xadrez é um jogo que já existia no século VI. O mais provável é que o xadrez tenha se originado a partir do chaturanga, um precursor deste jogo criado no Império Gupta, na Índia, no século V (Murray, H.J.R., 1913. A History of Chess, 1ª ed. Oxford: Clarendon Press).

O exemplo do xadrez é perfeito: este jogo é tradicionalmente associado a uma grande inteligência, e isto nos leva à pergunta – porquê não ocorre o mesmo a outros jogos?

Todo jogo é educacional

O segmento dos jogos educativos ou educacionais tem ganho projeção em Portugal e em outros países nos últimos anos.

Jogos com temas de línguas estrangeiras, ciências, história, geografia e mesmo matemática multiplicaram-se. Para abrigar este crescimento, criou-se uma subdivisão de “jogos educativos".

Porém, o que dizer dos jogos de tabuleiro tradicionais, como xadrez, damas, ludo, gamão e tantos outros? E também os que se tornaram famosos ao longo do século XX – Monopoly, Risk, Clue, Ticket to Ride e muitos mais.

Não são estes jogos todos educacionais? Bem, se os revermos nas propostas que possuem, descobrimos que podem sim ser usados na educação.

• O Monopoly oferece instrução introdutória inteligente ao mercado de imóveis, ao mercado financeiro e ao sistema bancário.
• O Risk, assim como o WAR, vão além da estratégia militar – ensinam-nos geografia, política e também economia.
• O Xadrez é um jogo fabuloso de estratégia, mas também oferece recurso para a aprendizagem de matemática, geometria e lógica.
• O Clue é um jogo que privilegia o desenvolvimento das capacidade de dedução e associação.

Isto sem contar jogos tradicionais com claro suporte à aprendizagem, mas raramente vistos desta forma: Scrabble, Trivial Pursuit e muitos outros sobre conhecimento e vocabulário.

Avaliação dos alunos

Os jogos, em geral, possuem sistemas de pontuação, avaliação e colocação para os participantes. Metas e objetivos costumam ser claros e, ao final, os jogadores têm de executar as tarefas propostas de modo a seguir com o jogo.

Isto resolve um problema acerca da avaliação. Ao contrário de outras modalidades e recursos alternativos para a aprendizagem, os jogos possuem, na sua própria mecânica, uma forma de avaliação – em geral constante e no decorrer da própria atividade.

Ao contrário dos famigerados testes, a maioria dos jogos, em especial aqueles por turnos, permitem ao educador e ao próprio aluno avaliar o seu desempenho a qualquer momento – seja por sistemas existentes no jogo ou na própria comparação em relação aos demais participantes.

Este modo de avaliar, contudo, não oferece o mesmo peso e stress dos testes e avaliações formais utilizadas no sistema educativo.